“Dançando Villa” é um espetáculo inspirado em Heitor Villa-Lobos, tanto na sua música, quanto na sua vida e personalidade.
Fundada em 2013 pela empresária e bailarina Nicole Vanoni, a Curitiba Cia de Dança surgiu com a proposta de experimentação, pesquisa e criação em dança contemporânea, além de preservar e reinterpretar repertórios clássicos. Entre suas principais produções estão “O Quebra-Nozes”, “Dom Quixote”, “O Lago dos Cisnes”, além de criações exclusivas como “A Lenda das Cataratas”, “Quando se Calam os Anjos” de Airton Rodrigues, “Memória de Brinquedo” de Luiz Fernando Bongiovanni, “Relações” de Carlos Laerte e “Dançando Villa” de Rosa Antuña.
Em uma década de atuação, a companhia já realizou mais de 500 apresentações em mais de 200 cidades, tanto no Brasil quanto no exterior (Itália), abrangendo 16 estados brasileiros. A Curitiba Cia de Dança é reconhecida por ser uma das companhias que mais oferece oportunidades e emprega jovens talentos no Brasil.
Nicole Vanoni é uma figura de destaque na dança brasileira, consolidando-se como uma promessa para a cultura nacional. Com formação sólida em Educação Física pela PUC/PR e pós-graduações em Dança e Linguagem e Poética da Dança, Nicole é diretora artística e fundadora da renomada Curitiba Cia de Dança desde 2013.
Seus estudos em Danças Urbanas, Jazz e Dança Contemporânea, aliados a experiências internacionais, como os cursos no Broadway Dance Center em Nova York/EUA e FH2/BR, moldaram sua carreira. Com mais de 500 apresentações na América do Sul e uma impressionante lista de prêmios, Nicole se estabeleceu como uma das mais reconhecidas diretoras e bailarinas do cenário nacional.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou com os principais coreógrafos do Brasil, desenvolvendo obras exclusivas para a Curitiba Cia de Dança. Inovadora, Nicole trouxe uma adaptação inédita de “O Quebra-Nozes” em formato drive-in durante a pandemia, e hoje é responsável pelo principal “O Quebra-Nozes” do país, apresentado em palco aberto no maior evento natalino gratuito do Brasil, com presenças ilustres como Carlinhos de Jesus e Ana Botafogo sob sua direção.
Além de suas funções artísticas, Nicole se destaca como produtora cultural e empreendedora, captando recursos através das leis de incentivo cultural e atuando como jurada em festivais de dança pelo Brasil, além de sua contribuição como jurada do Carnaval de Curitiba. Sua visão contemporânea e ousada na produção e execução de espetáculos a coloca como uma das mais influentes empreendedoras culturais da atualidade, promovendo diversidade e inovação no cenário artístico nacional.
contato@curitibaciadedanca.com.br
(41) 3528-2002
Dançando Villa“Dançando Villa” é um espetáculo inspirado em Heitor Villa-Lobos, tanto na sua música, quanto na sua vida e personalidade.
Ele, em sua busca, abriu os ouvidos e o coração para o Brasil, para a cultura popular brasileira, sobretudo do nordeste e do norte do país, que nas primeiras décadas do séc. XX a musicalidade e a cultura destas regiões não chegavam com facilidade nas regiões sul e sudeste. Através da música Villa-Lobos, em sua época, ampliou o imaginário do Brasil para os brasileiros, explorando sua diversidade cultural, identitária e sonora.
Neste novo espetáculo de dança contemporânea, Dançando Villa, Nicole Vanoni e Rosa Antuña buscam trazer lampejos das danças brasileiras, aliados a um estado corporal de entrega e à uma alma de sinceridade para a diversa e vasta cultura brasileira.
Espetáculo de dança contemporânea que tem como inspiração a lenda indígena que conta a formação das Cataratas do Iguaçu: antes de tudo o rio Iguaçu era calmo e corria sem nenhuma catarata e nas margens desse rio existia uma tribo de Índios Caingangues. Essa tribo adorava o deus Tupã e seu filho, deus Mboi, um deus em forma de serpente que vivia nas águas do rio Iguaçu. Os índios desta tribo ofereciam como sacrifício para o deus Mboi as Virgens mais belas da tribo, até que certo dia Naipi, filha do cacique Igobi, uma índia dona de uma beleza tão grande que as águas do rio paravam toda vez que ela se olhava nele, foi escolhida para ser destinada ao deus Mboi. Durante o ritual de consagração de Naipi para o deus cobra, enquanto o cacique e pajé bebiam o cauim (bebida de milho fermentado), o jovem guerreiro Tarobá, que era apaixonado por Naipi fugiu com ela dentro de uma canoa pelo rio. Ao saber da fuga, Mboi ficou furioso e penetrou nas entranhas da terra se contorcendo o que produziu uma enorme fenda que acabou formando as cataratas. Naipi e Tarobá acabaram envolvidos pelas águas e nunca mais foram vistos. A lenda ainda diz que Naipi foi transformada na rocha central das cataratas, a qual é constantemente açoitada pelas águas revoltas do rio Iguaçu e Tarobá foi transformado em uma palmeira que está na ponta de um abismo, pendendo sobre a garganta do rio.
Abaixo da palmeira existe uma gruta onde o deus vingativo Mboi vigia eternamente os dois amantes vítimas de seu ódio que estão presos tão próximos um ao outro, mas sem poder estar realmente juntos.
A lenda fala acima de tudo sobre o amor, sua inocência, pureza e emoção.
Lenda das Cataratas é uma obra coreográfica dentro de uma dramaturgia corporal que investiga os códigos da dança contemporânea e que busca traduzir por meio da dança elementos corpóreos e sensitivos que possam expressar a ideia que inspirou essa criação.
Com inspiração nas Cirandas e Cirandinhas de Villa-Lobos, o espetáculo busca resgatar elementos da cultura popular brasileira e valorizar aspectos das relações humanas, como companheirismo e afetividade. Além disso, a mostra propõe um momento de reflexão sobre a realidade social e a necessidade da interação entre os indivíduos, com ênfase nas cantigas que remetem a sensações e sentimentos nostálgicos.
Dom Quixote está em busca de sua Dulcinea, a mulher que viu em sonhos, acompanhado de seu fiel escudeiro Sancho Panza. Ao chegar a Servilha, conhece Kitri, uma moça prometida em casamento ao nobre Gamache, que está apaixonada por Basílio. Kitri e Basílio, aconselhados por Mercedes e espada, seguem Dom Quixote e Sancho Panza até um acampamento cigano, onde se estabelecem. Cria-se um clima de romance, até que Dom Quixote percebe que Kitri não é Dulcinea, e que ela pertence a Basílio. Ele luta contra moinhos de vento, pensando serem gigantes que ameaçam a segurança de Dulcinea. Depois, sente-se miserável e cai em um sono profundo, quando tem um sonho com belas moças, no qual Kitri simboliza Dulcinea. Lorenzo – o pai de Kitri – e Gamache encontram Dom Quixote, que lhes indica o caminho errado, para proteger os amantes. Mesmo assim, Kitri é encontrada e forçada a se casar com Gamache. Brasílio finge cometer suicídio e Kitri pede que Dom Quixote convença seu pai a deixá-la se casar com o cadáver. Basílio ‘ressuscita’ e agradece, ao lado de Dom Quixote, por Lorenzo e Gamache terem aceitado o amor dele por Kitri. O casamento acontece e Dom Quixote se despede, para continuar sua aventura em busca da mulher amada.
Memória de Brinquedo é um espetáculo de dança contemporânea que celebra histórias, lembranças e sensações tecidas e criadas ao longo da infância. Criado e coreografado por Luiz Fernando Bongiovanni, com direção artística de Nicole Vanoni, o espetáculo busca colaborar com a reflexão sobre o mundo tecnológico e a ludicidade. Assim, a Curitiba Companhia de Dança busca realizar um trabalho de resgate poético e um incentivo do brincar. Esse resgate parte de várias fontes, desde a memória individual e coletiva do brincar e de sua representação simbólica até estudos recentes da neurociência que apontam o brincar como uma atividade fundamental para o desenvolvimento físico e psicológico das crianças.
Esta é uma pequena colaboração, um incentivo, para que todos – pais ou não – ponderem a respeito do mundo que estamos construindo e talvez a partir dessa inspiração possam unir esforços para resguardar essa atividade vital do mundo infantil. Brincar é o pensamento da criança, e é preciso inteligência e sensibilidade para promover esse espaço/tempo.
Memória de Brinquedo investiga as relações do brincar a partir de memórias reais e ficcionais. Em um mundo cada vez mais digital este trabalho incentiva e defende um resgate do brincar como etapa fundamental do desenvolvimento do indivíduo.
Inspirada na precariedade das relações humanas a obra coreográfica “Quando se calam os Anjos”, da Curitiba Cia de Dança, teve sua estreia nacional no palco principal do Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo, passando pelos estados do Amazonas, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul.
Com a direção coreográfica de Airton Rodrigues, a obra transporta para o palco questões cênicas e dramatúrgicas que realçam um universo pós-moderno virtual onde vários encontros são marcados pelo descaso do outro ou até mesmo pela falência do ser humano. As cenas são criadas e recriadas num jogo de luz, sons e movimentos, e a dramaturgia se constrói tendo como ingredientes a inquietude, a ironia e a sensualidade.
A esse respeito Nicole Vanoni, diretora artística da Cia e também bailarina do espetáculo, comenta que a obra partiu da indignação com a indiferença frente à violência impregnada na sociedade e o sentimento de impotência que nos tira a responsabilidade por este estado das coisas. A arte não pode observar esta questão e ficar calada. Neste sentido o espetáculo traduz essa angústia, essa incapacidade de lidar e resolver questões nada sutis da vida moderna.”
“Quando se calam os Anjos” é uma obra artística genuinamente paranaense, que conta com o incentivo do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, apoio do Hospital Pequeno Príncipe, e patrocínio de empresas como: Grupo Ultra (Oxiteno Nordeste, Ipiranga Produtos de Petróleo, Bahiana Distribuidora de Gás, Tropical Transportes Ipiranga); Copel Geração e Transmissão; Prati, Dona Duzzi & Cia.; Trox do Brasil; Bundy; Famiglia Zanlorenzi; Grupo Jufap (Aquilon Telecomunicações, Jufap Administração e Participação, Jufap Comércio de Asfalto); Sapore; Bellinati & Perez Advocacia; Gestamp Paraná; e Barduch.
Infidelidades, decepções, dependência emocional… Todas as circunstâncias que podem tornar tóxicas as relações e que, em todos os casos, acabam em um infeliz desenlace.
A apresentação, que é dividida em duas partes, promove a investigação coreográfica das relações influenciadas pelo mundo digital e contemporâneo. A primeira parte observa a experiência do desejo humano pelo outro em seu estado inicial: pessoas querendo desfrutar a vida, viver ao máximo e com menos responsabilidades. Talvez não se sintam preparadas e queiram sentir mais liberdade o que lhes permite ser elas mesmas, mas, como tudo tem suas consequências, as relações começam a apresentar vínculos terrivelmente frágeis. Realçando o desequilíbrio entre a libertação e a alienação, os laços estabelecidos com outras pessoas cedo ou tarde se desfazem e se transformam em lembranças. O problema acontece quando esses vínculos se rompem, e ocorre a conscientização de uma realidade terrível: estamos só no mundo. O palco é dividido em estruturas, que espelham o ambiente de cada intérprete, passando uma ideia mais árida da superficialidade cotidiana, ambientando guetos, ruas e vielas.
Já no segundo ato, uma rampa muda a perspectiva dos dançarinos e do público, trazendo lembranças de várias relações, positivas ou negativas, e oferecendo relatos físicos sobre o desejo, encontros e dominações perante uma atmosfera de perigo.
“A linguagem do corpo é a primeira forma que o homem descobriu para se relacionar com o outro. Relações nos cercam como labirintos, sejam elas curtas, duradouras, infindas ou até imperceptíveis. Relacionar-se é estar vivo”, comenta o coreógrafo Carlos Laerte, que trouxe a ligação entre o cinema e a linguagem do corpo como fragmento do desejo, abrindo neste trabalho a discussão para essas relações que nada mais são do que conexões em que as pessoas não se entregam e que podem facilmente ser substituídas.